Pesquisa Operacional na Tomada de Decisões. Saiba Como Utilizar!16 min read


A melhor expressão para referenciar a Pesquisa operacional é a “tomada de decisão”, porque esta ferramenta é justamente sobre isso.

E no mundo em que vivemos as decisões fazem parte do nosso dia-a-dia, e principalmente no mundo empresarial, onde as decisões são um fator-chave para o sucesso.

Por isso, todo o bom gestor deve recorrer ao uso desta ferramenta na hora de tomar as suas decisões, porque se esta ferramenta consegue lhe proporcionar o sucesso que é vital para a sua empresa, a necessidade de conhecê-la para poder aplicá-la é importantíssima.

Portanto, não deixe de acompanhar este artigo e entenda como realizar uma pesquisa operacional para poder tomar decisões acertadas dentro da sua empresa, já nos próximos tópicos.

pesquisa operacional

O que é pesquisa operacional

A pesquisa Operacional é uma forma cientifica que auxilia na tomada de decisões recorrendo ao uso de modelos matemáticos, estatísticos e algoritmos para poder obter alternativas e ações na tomada de decisões.

O método é baseado em previsões e comparação de valores, de eficiência e de custos.

Portanto, pode se considerar a pesquisa operacional como um método de “cautela”.

Possibilita a quem o usa conseguir fazer escolhas com mais conhecimento das possíveis alternativas, o que dá-lhe mais chances de poder fazer a escolha certa.

Um pouco de história

O período que se transcorreu no início dos anos 30 envolvendo diversos países e que veio a ficar conhecido como a Segunda Guerra Mundial, também teve sua parcela positiva tocante à evolução da Administração da produção.

Em virtude dos diversos problemas e situações decorridas na época, tornou-se quase que obrigatório que os envolvidos na mesma criassem uma visão mais acurada para resolução dos problemas enfrentados na guerra.

E foi justamente nessa época da Segunda Guerra, que o físico britânico, Patrick M. S. Blackett se destacou por conduzir e desenvolver conhecimentos na área da pesquisa operacional, sobre ele Peinado e Graelm (2007, p. 62) ensinam:

“A técnica de pesquisa operacional se desenvolveu na Inglaterra, com Blackett dirigindo um grupo de especialistas dedicados a análise de operações militares.

As análises procuravam maximizar os escassos recursos disponíveis para as operações militares. Ao final da guerra, as técnicas passaram a serem aplicadas nos meios empresariais da Inglaterra e dos Estados Unidos”.

Em virtude de tudo o que aconteceu na Guerra e após o fim da mesma a maioria dos envolvidos acabaram voltando às salas de aula para aprender e/ou aprimorar métodos de estudo específicos no auxilio a tomada de decisão, tais métodos vieram a ser denominados como a pesquisa operacional.

Pesquisa operacional na tomada de decisões

Em qualquer parte da atividade humana decisões tomadas à base de testosterona, como o homem faz muitas as vezes, podem conduzir a sérios riscos.

Principalmente quando se tratar de negócios, onde uma única decisão não acertada pode conduzir toda a empresa a falência.

E infelizmente muitos executivos ainda continuam a tomar decisões com base na intuição.

Com uma sólida compreensão acerca da diferença entre pesquisa qualitativa e quantitativa e do valor de cada uma, eles já saem com uma vantagem competitiva sobre os seus concorrentes menos informados.

Pesquisa operacional aplicada à gestão

A pesquisa Operacional, antes restrita apenas ao âmbito científico, foi estendido também para as organizações em gera.

Elas perceberam, à medida que a competitividade e, como consequência, o risco, aumentavam, que a atividade de pesquisa é uma ferramenta importante para tornar as decisões relacionadas ao ambiente de negócio mais segura.

Assim, a pesquisa passou a ser definida também como o processo sistemático e objetivo de obter informações que auxiliem na tomada de decisões.

E com o risco presente constantemente nas organizações, não é prudente que se tome decisões sem que se tenha informação confiável e de boa qualidade.

A pesquisa, então, passou a ser uma espécie de complemento indispensável à obtenção de informação, além de servir como provedor de informações para os sistemas de informação, seja com o objetivo de busca de novas informações, seja com o objetivo de atualização de informações.

Os executivos se deparam diariamente com muitas dúvidas que envolvem, de alguma maneira, riscos para a organização.

Há, então, a necessidade de informações sistematizadas e obtidas por correta metodologia que venham a indicar respostas para as dúvidas, suposições ou hipóteses.

A pesquisa contribui para tornar as decisões dos executivos, sejam de que área forem, mais seguras, fornecendo a informação objetiva, precisa e que atenda às suas necessidades.

Como exemplo, podemos citar algumas dúvidas envolvidas nas decisões dos executivos de marketing e de publicidade:

  • Qual é a participação de mercado de determinada marca na categoria de produto?
  • Qual é o perfil demográfico, socioeconômico e psicológico do consumidor do produto?
  • Qual é o grau de satisfação dos usuários/consumidores com relação aos produtos e serviços?
  • Quais são os pontos fortes e os pontos fracos do produto, na percepção do usuário/consumidor?
  • Quais as razões de rejeição ou não uso do produto?
  • Que critérios podem ser utilizados para identificar e compor uma estratégia de segmentação de mercado?

As respostas a essas e outras perguntas remetem necessariamente à pesquisa, que poderá ser desenvolvida para qualquer necessidade de informação relacionada, como no exemplo, ao mix de marketing das organizações.

A pesquisa, portanto, preenche a necessidade dos executivos de conhecimento de diversas questões relacionadas ao mercado e os auxilia na predição sobre até que ponto o mercado responderá às suas decisões.

A ênfase da pesquisa de marketing (e de publicidade), por exemplo, reside em orientar os tomadores de decisões, quanto aos riscos inerentes às decisões intuitivas.

Educá-los para que passem a tomar decisões baseadas em investigações sistemáticas e objetivas, que gerem informações confiáveis e não baseadas em palpites e opiniões.

Ao prover informação apropriada, a pesquisa pode ser encarada como um auxiliar ao julgamento gerencial, embora não possa ser um substituto deste.

Aplicar a pesquisa é uma arte gerencial em si. Existem vários tipos de decisão em que a pesquisa de marketing pode ajudar.

Quando uma empresa deseja, por exemplo, apresentar uma nova linha de produto ou quer atuar em um outro segmento, é preciso pesquisar sobre o porte do mercado, a necessidade do cliente e os processos de distribuição, entre outras coisas.

Neste caso, a pesquisa ajuda diretamente na tomada de decisão.  Outro exemplo está na propaganda de um produto.

Antes da veiculação de uma peça publicitária, muitas vezes são feitas pesquisas para saber se aquela peça foi compreendida, se a mensagem foi clara e se o conteúdo foi entendido.

Muitas vezes, a pesquisa é feita antes mesmo da concepção da peça para que se conheça o tipo de linguagem e público alvo.

Nas organizações, normalmente são usados dois tipos de pesquisa: a pesquisa básica ou pura, que visa expandir os limites do conhecimento e a pesquisa aplicada, conduzida quando uma decisão deve ser tomada acerca de um problema específico da vida real.

Ambos os tipos empregam o método científico – a análise e a interpretação de evidências empíricas (fatos a partir de observação ou experimentação) para confirmar ou rejeitar conceitos definidos a priori.

O valor mais importante da pesquisa, para as organizações, é que ela reduz a incerteza, ao prover informação que facilita a tomada de decisão sobre estratégias variadas.

Também orienta em relação às táticas usadas para atingir seus objetivos estratégicos, em geral relacionados à identificação e avaliação de oportunidades.

Auxilia na análise dos segmentos do mercado e seleção de mercados-alvo, ao planejamento e implementação de ações táticas e à análise de desempenho da organização no mercado em que atua.

A pesquisa ajuda a informar os gerentes se as atividades planejadas foram executadas apropriadamente e se estão atingindo o que se esperava que atingissem.

Isso pode ser feito através de uma pesquisa de monitoramento de desempenho, que é uma forma de pesquisa que fornece regularmente feedback para a avaliação e o controle das atividades em geral.

Se essa pesquisa indica que as coisas não estão indo como planejado, é requerida uma pesquisa adicional para explicar porque algo deu errado.

Além disso, a pesquisa deve ser vista como um aspecto essencial à gestão pela qualidade total, filosofia de negócio que tem muito em comum com o conceito de marketing.

Esse conceito preconiza a crença de que o processo de gestão deve focar na integração da ideia de qualidade e da orientação para o cliente em toda a organização, e que tomou corpo no Brasil, a partir da década de 1990.

Esse tipo de gestão dá muita ênfase também na melhoria contínua da qualidade do produto ou serviço.

Os gestores melhoram a durabilidade e enriquecem os produtos com características adicionais como as idades do produto.

Empenham-se em melhorar a entrega e outros serviços para manter suas marcas competitivas. As empresas que adotam a filosofia de qualidade total qualificam seus empregados como clientes internos.

Como a implementação de um programa de gestão pela qualidade total requer medições consideráveis, envolve rotineiramente perguntar aos consumidores e clientes o que acham da empresa em relação aos seus concorrentes.

Envolve também medir as atitudes dos empregados e monitorar o desempenho da empresa a partir de padrões de benchmark.

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Importância da pesquisa operacional

A informação obtida durante o processo da pesquisa operacional tornou-se o diferencial não apenas para manter as organizações, mas também para auxiliá-las na organização das tarefas do dia-a-dia.

Vale lembrar que o sucesso da organização não depende somente das informações disponíveis, mas sim de saber coletar, organizar, analisar e implementar as mudanças com base nas informações que serão utilizadas para a melhoria contínua de suas atividades.

O crescimento das empresas e o necessário uso das informações, entretanto, gerou uma nova dificuldade: controlar os estoques informacionais, para que as informações sejam recuperadas e possam contribuir para a tomada de decisões.

Pode-se afirmar, então, que o papel da informação no mundo atual, é de suma relevância para o progresso das organizações, além de constituir-se um tema dos mais fascinantes.

Há, inclusive, quem identifique a época atual como a Era da Informação.

Ela é o principal elemento de agregação de valor à produção de bens e serviço e desempenha um papel estratégico e fundamental em diversos processos organizacionais, destacando-se aí os processos de inovação tecnológica.

As empresas vivem num quadro constante de forças e pressões que ora criam ameaças, ora criam oportunidades para a expansão ou a retração do seu negócio.

A informação é o canal que dá acesso ao conhecimento e que contribui para a mudança e o aperfeiçoamento, propiciando o conhecimento necessário à tomada de decisão e à execução de ações.

A informação tecnológica, por exemplo, se constitui ferramenta básica na busca de soluções inovadoras, no processo produtivo da empresa, na melhoria da qualidade de seus produtos e na diversificação e lançamento de novos produtos.

Em marketing, uma das formas mais importantes de reduzir os riscos inerentes às suas atividades é dispor do máximo de conhecimento e compreensão possíveis do comportamento das variáveis externas e internas à empresa.

Objetiva-se a redução do risco e não a sua eliminação, já que o risco é parte de qualquer atividade empresarial.

A disponibilidade da informação e o seu uso correto são extremamente necessários para que se tenha conhecimento e compreensão dessas variáveis.

É comum as empresas disporem de grande quantidade de informações irrelevantes e/ou de baixa qualidade, o que compromete todo o seu processo de marketing.

Outras vezes, a empresa dispõe de grande quantidade de informações relevantes e de boa qualidade, mas os executivos de marketing não percebem a importância do seu uso e tomam decisões baseadas unicamente nas suas intuições e experiências.

Ainda que esses dois fatores possam ter alguma importância no processo de planejamento de marketing, só poderão propiciar resultados positivos se estiverem associados a uma dose adequada de informações relevantes.

Há também empresas que dispõem de grande quantidade de informações pertinentes e com qualidade, mas que são utilizadas de forma errada no processo de decisão em marketing.

Isso acontece quer por desconhecimento dos usuários de como selecionar a informação adequada, quer por terem dificuldades em interpretá-las corretamente, fato que gera comprometimento do processo de planejamento de marketing como um todo.

Portanto, a palavra-chave aqui é a informação que é obtida a partir da pesquisa operacional, a qual aperfeiçoa todas as atividades realizadas dentro da organização em que é feita a P.O.

Benefícios da pesquisa operacional

  • Obtenção de informação para a tomada de decisões
  • Diferencial competitivo;
  • Modelos obrigam os tomadores de decisão a tornarem explícitos seus objetivos;
  • Modelos foçam a identificação e armazenamento de diversas decisões que influenciam no atingimento dos objetivos;
  • Modelos forçam a identificação e armazenamento das relações entre diferentes decisões;
  • Modelos forçam a identificação de limitações;
  • Modelos forçam a determinação de variáveis a serem consideradas e sua quantificação;
  • Modelos permitem a comunicação e o trabalho em grupo.

Resolução de problemas pela pesquisa operacional

Na resolução de problemas a pesquisa operacional é aplicada em seis etapas: a formulação do problema; construção do modelo; cálculo do modelo; teste do modelo e da solução; controle das soluções; e implantação e acompanhamento.

Cada uma de suas seis fases deve ser transposta para se encontrar a solução ótima.

Formulação do problema

Nessa etapa, determinamos o objetivo, identificamos restrições e esboçamos possíveis caminhos a serem percorridos. Verificamos registros, coletamos informações com máxima precisão e consistência possível.

Construção do modelo           

A construção do modelo é marcada pela predominância da modelagem matemática, ou seja, as equações e inequações, seja na função objetivo, seja nas restrições.

Cabe distinguir variáveis decisivas (variáveis controláveis), das não decisivas. Por exemplo, em uma situação de produção, a quantidade a ser produzida é uma variável controlável.

A demanda bem como o preço praticado pelo mercado são exemplos de variáveis não controláveis.

Resolução do modelo

Também chamada de cálculo do modelo. É nessa fase que encontramos a solução do modelo por meio da utilização de diversas técnicas, desde as mais simples para problemas simples, até as técnicas mais modernas para resolução de problemas mais complexos.

Existem muitos softwares que permitem resolver problemas extremamente complexos com rapidez, confiabilidade e extremo rigor.

Exemplos: da LINDO Systems: What’s Best!, LINGO, LINDO API; da Microsoft: Solver do Office Excel; da Maplesoft: MapleSim, Bordo, Global Optimization Toolbox; da OMP e da PLM, C-PLEX, QM for Windows, MOSEK, entre outros.

Teste do modelo e da solução

Durante essa fase, verificamos se os resultados encontrados atendem o modelo real do problema. A simulação, após sua implantação, nos permite detectar se novas soluções são necessárias para possíveis melhorias.

Controle das soluções

Devemos identificar parâmetros e valores fixos que envolvem o problema. O controle dos parâmetros é importante para detectar desvios durante o processo.

As variações nos parâmetros implicam em correção do modelo.

Implantação e acompanhamento

Nessa fase deve ser realizada a avaliação dos resultados obtidos para fazer ajuste, se necessário, no modelo.

Principais técnicas de pesquisa operacional

Programação linear

No mundo real, a escassez é um problema constante. Nossas necessidades são infinitas, mas os recursos são limitados, por diversas razões. Surge, então, o desafio de utilizar esses recursos escassos de forma eficiente e eficaz.

Almeja-se, portanto, maximizar (o lucro, a receita, a capacidade de produção etc.) ou minimizar (o custo de mão-de-obra, insumos etc.) uma quantidade, denominada objetivo, que, por sua vez, depende de um ou mais recursos escassos.

A programação matemática é a área que estuda a otimização de recursos. A programação linear nada mais é que uma programação matemática em que as funções objetivo e de restrição são lineares.

Teoria das filas

Na teoria das filas, estudamos o comportamento das filas em espera. Trata-se de um modelo probabilístico que, diferentemente dos modelos determinísticos, não tem o objetivo de encontrar uma solução ótima para o problema.

Na teoria das filas analisamos a probabilidade de um vento ocorrer.

Teoria dos grafos

O que é grafo? “O grafo propriamente dito é uma representação gráfica das relações existentes entre elementos de dados.

Ele pode ser descrito num espaço euclidiano de n dimensões como sendo um conjunto V de vértices e um conjunto A de curvas contínuas (arestas)”

Os grafos são utilizados na representação de modelos reais. Pode-se utilizar grafos para representar, por exemplo, estradas e utilizar algoritmos para se determinar o caminho mais curto.

Podemos utilizá-los em redes PERT e CPM no planejamento e programação de projetos.

Simulação

A simulação consiste em criar modelos representativos de um processo ou sistema do mundo real. O modelo de simulação estuda o comportamento do sistema.

Seu comportamento é analisado por meio de relações lógico-matemáticas e simbólicas, entre as entidades (objetos de interesse) do sistema. Uma vez validado, o modelo permite fazer questões do tipo “e se…” sobre o funcionamento do sistema no mundo real.

A simulação também pode ser utilizada durante a fase de projeto, ou seja, antes do sistema ser construído.

A simulação, portanto, é uma ferramenta que nos permite analisar o efeito de mudanças em sistemas já existentes, e também prever a performance de novos sistemas em diferentes circunstâncias.

Teoria dos jogos

A teoria dos jogos busca modelar fenômenos observados quando dois tomadores de decisão interagem entre si. Vem sendo utilizada como ferramenta ou alegoria que explica sistemas complexos.   Analisa estratégias de persuasão e tomada de decisão.

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