O que é capital intelectual?
É muito comum nós ouvirmos no dia a dia corporativo profissionais se referindo aos recursos humanos das empresas como capital intelectual, da mesma forma as áreas de recursos humanos de algumas empresas criaram uma célula de gestão do capital intelectual se referindo à gestão de pessoas.
No entanto, o significado de capital intelectual é algo muito mais abrangente do que os profissionais de mercado pensam.
Assim sendo, a utilização do conceito de capital intelectual se referindo aos recursos humanos de uma organização é equivocada.
Visto que os recursos humanos ou capital humano é apenas um dos componentes que originam o capital intelectual de uma empresa. Portanto, capital intelectual não é sinônimo de recursos humanos ou capital humano.
O capital intelectual pode ser associado e explicado pela compreensão do que significa, atualmente, a sociedade do conhecimento e a consequente valorização do conhecimento como recurso econômico.
Por consequência das organizações estarem inseridas em um contexto economicamente competitivo, elas fazem uso intenso do “recurso conhecimento” a fim de se manterem competitivas e esse fato vem impactando, sobremaneira, nas suas atividades, estruturas gerenciais e desempenhos.
A materialização da aplicação desse recurso, mais as tecnologias disponíveis, empregadas para garantir as suas continuidades, produzem benefícios intangíveis que lhes agregam valor. A esse conjunto de elementos intangíveis tem-se denominado capital intelectual.
Capital intelectual nas organizações
O capital intelectual representa o estoque de conhecimento que existe em uma organização em um momento específico.
Por outro lado, aprendizado organizacional amplia a discussão para incluir comportamentos além de conhecimento e providencia uma maneira de compreender como o estoque muda ao longo do tempo.
Assim, capital intelectual é um estoque estruturado e aprendizado organizacional é concebido como um processo dinâmico de renovação estratégica ocorrendo em nível do indivíduo, do grupo e da organização.
Enquanto muitas pessoas reconhecem que o capital intelectual é um recurso essencial e competitivo, gestores e executivos têm dificuldades em definí-lo e avaliá-lo. Nenhum executivo deixaria dinheiro ou espaço de fábrica inutilizado,
porém eles tipicamente usam apenas 20% do conhecimento contido em suas organizações. Eles precisam fazer um trabalho muito melhor de avaliação, administração e comunicação do valor intrínseco aos 80% de conhecimento sobressalentes que não são utilizados.
Capital intelectual ativo intangível
Devido às grandes mudanças da economia, tecnologia, sociedade e política, nestas últimas décadas, as empresas precisaram adaptar sua estrutura organizacional, a fim de acompanhar essas rápidas transformações.
Dessa forma, as empresas necessitaram reconhecer o ativo intangível na sua produção de forma efetiva, pois é preciso cada vez mais criar e utilizar o conhecimento. Nesse contexto, os ativos intangíveis ganharam mais espaço nas empresas superando até a utilização dos ativos tangíveis.
Sendo assim, fatores como marcas, patentes, tecnologia, pesquisas, desenvolvimento e domínio do conhecimento humano, tornaram-se essenciais para a empresa.
Através dessas mudanças, vem à tona o capital intelectual, que dentro do ativo intangível, é o foco deste artigo.
Inicialmente, relata as transformações ocorridas até a atual era do conhecimento, e leva-se em consideração o capital intelectual no âmbito das transformações empresariais.
Posteriormente, abordar-se a imagem e o papel atual do contador, e sua necessidade de aprimoramento.
Também levanta-se as características e definições do ativo intangível e concretiza-se com uma abordagem das formas de mensuração do capital intelectual.
O objetivo central deste artigo é apresentar de uma forma clara e simples conhecimento acessível a todas as pessoas do que vem a ser o capital intelectual e sua necessidade e importância para as organizações.
Cabe salientar, que este artigo foi desenvolvido através de pesquisas em livros, artigos e revistas da área contábil para que se possa ter bases teóricas confiáveis sobre este assunto tão atual.
Entre os diversos conceitos existentes sobre capital intelectual, percebe-se que apesar de se distinguirem em alguns pontos, ambos apresentam conteúdo assemelhado.
Segundo Stewart (1998, p 13) “O capital intelectual é a soma do conhecimento de todos em uma empresa, o que lhe proporciona vantagem competitiva”.
Para Xavier, apud Marçula (1999) o capital intelectual é o conjunto de conhecimentos e informações que uma pessoa ou instituição possui que é colocado ativamente a serviço da realização de objetivos econômicos.
A definição de Mac Donald apud Stewart (1998, p.60) para o capital intelectual é a seguinte “O conhecimento existente em uma organização e que pode ser usado para criar uma vantagem diferencial”.
Brooking (1996) conceitua capital intelectual como sendo uma combinação de ativos intangíveis,
oriundos das mudanças nas áreas da tecnologia da informação, mídia e comunicação, que trazem benefícios intangíveis para as empresas e que capacitam o seu funcionamento, sendo dividida em quatro categorias:
I) Ativo de mercado: potencial da entidade com seus ativos intangíveis relacionados com o mercado, como marca, lealdade dos clientes, negócios em andamento, canais de distribuição, franquias etc.;
II) Ativos humanos: benefícios que o individuo proporciona para a organização, como expertise, criatividade, conhecimento, habilidade para resolver problemas, de forma coletiva e dinâmica;
III) Ativos de propriedade intelectual: estes são os que necessitam de proteção legal para proporcionar benefícios futuros para a empresa, tais como know-how, segredos industriais, copyright, patentes, design etc.;
IV) Ativos de infra-estrutura: incluem tecnologias, metodologias e processos empregados tais como cultura, sistema de informação, métodos gerenciais, aceitação de riscos, banco de dados de clientes etc.
Já Edvinsson e Malone (1998) utilizam uma linguagem diferenciada através de metáfora para conceituar o capital intelectual,
no qual compara a empresa a uma árvore, considera a parte visível (tronco, galhos e folhas) como a que esta descrita em organogramas, nas demonstrações contábeis e outros documentos,
e utiliza-se das raízes como a parte invisível sendo o capital intelectual que são fatores dinâmicos ocultos que embasam a empresa visível formada por edifícios e produtos.
Edvinsson, apud Almeida e Hajj (1997) menciona que o capital intelectual envolve basicamente três questões: I) O valor do capital intelectual excede, por muitas vezes, o valor dos ativos que constam no balanço;
II) O capital intelectual é a matéria-prima da qual os resultados financeiros são feitos: resultados financeiros derivam da matéria-prima do capital intelectual; III) Diretores e gerentes têm que distinguir dois tipos de capital intelectual, chamados de capital humano e capital estrutural.
O capital humano importa por ser a fonte de inovações e renovações.
O crescimento do capital humano – por meio da contratação, treinamento e educação – é uma “mala vazia” se não puder ser explorado.
Isto requer uma estrutura de ativo intelectual, tal como um sistema de informação, conhecimento de canais de mercado, relacionamento com clientes, e um foco gerencial para tornar o know-how individual uma propriedade do grupo.
A importância do capital intelectual nas organizações
Antigamente, a lógica do capitalismo na Era Industrial focava apenas no Capital Financeiro (todos os títulos, obrigações, certificados e etc. que poderiam ser negociáveis e transformados em dinheiro).
Mas a realidade atual é diferente. As empresas fazem investimentos massivos em conhecimento.
Se antes os empresários eram donos das ferramentas e dos materiais de trabalho, agora o trabalhador carrega suas “ferramentas e materiais de trabalho”, ou seja, seu conhecimento, em sua mente.
Dessa forma, quando um trabalhador se desliga da empresa por qualquer razão, uma parte do Capital Intelectual dela o acompanha.
É por esse motivo que atualmente, para que uma empresa chegue ao seu valor de mercado é preciso somar seus ativos tangíveis e intangíveis.
Segundo Edvinsson e Malone (1998), o Capital Intelectual pode ser composto por seis capitais que vazem parte da estrutura de valor de mercado de uma organização: o humano, estrutural, de clientes, organizacional, de inovação e de processos.
O fortalecimento de um ou mais desses capitais acaba, assim, por influenciar o Capital Intelectual.
Sendo assim, o investimento em estratégias de conhecimento só tem a beneficiar o Capital Intelectual e, consequentemente, o valor de mercado de uma organização.
É preciso tomar cuidado para não confundir gestão da informação, gestão do conhecimento e capital intelectual.
O primeiro diz respeito à gestão das técnicas e conhecimentos utilizados na coleta, processamento e distribuição da informação.
O segundo se refere a todo o esforço da organização em desenvolver, capturar, organizar e disseminar o conhecimento, de acordo com suas estratégias.
Dada a importância do Capital Intelectual para as organizações modernas, é preciso ficar atento para que processos de reengenharia não suprimam o capital intelectual.
Afinal de contas, por mais que a tecnologia e a automação possam incrementar a produtividade e deixar as empresas mais enxutas, ela ainda não substitui inteiramente o capital humano.
É justamente nele que se iniciam os processos de inovação.
Nos dias de hoje, é comum encontrar organizações que desenvolvem modelos de educação corporativa através de universidades corporativas, tanto presenciais quanto virtuais, com o intuito de melhorar a gestão de seu Capital Intelectual.
Apesar de ser um capital de difícil mensuração, podemos afirmar que representa o ativo mais rentável às organizações e sem o qual nenhuma empresa alcançaria o sucesso. Logicamente que vale a pena investir nele.
A questão é saber como. Como todo bom investimento, é preciso procurar conhecer e avaliar bem um funcionário antes de trazê-lo para a organização. E o trabalho não pára por aí.
É necessário, além de contratar uma pessoa certa, colocá-la para desempenhar a função adequada para suas competências, mantê-la na empresa, remunerá-la a contento, desenvolvê-la continuamente e monitorá-la.
Também é essencial abrir-lhe espaço para que ela possa contribuir com sua criatividade e seus insights.
A gestão do capital intelectual
Em geral, o conhecimento costuma ficar retido com as pessoas que executam determinados processos.
Assim, quando elas se vão, uma lacuna acaba se instalando na empresa.
Nesse cenário, descobre-se que ninguém sabe como fazer o mesmo trabalho ou que é preciso treinar uma nova pessoa para a função, o que demanda tempo e recursos que, muitas vezes, a empresa não tem.
Com programas de formação continuada, a gestão do capital intelectual da empresa se torna parte do dia a dia das pessoas,
havendo um maior compartilhamento de conhecimentos e de experiências que podem, inclusive, ser registrados por meio de vídeos, relatórios, gráficos e whitepapers, mantendo-se tal know-how na empresa mesmo sem a presença do atual responsável pela execução da tarefa.
Estruture seus processos
A estruturação de processos é uma forma de registrar todo o funcionamento da empresa e manter as informações sempre seguras.
A maioria das organizações que assumem a gestão da qualidade como um dos pilares de sua administração estratégica tem a vantagem de ter processos bem estruturados e funcionários devidamente capacitados para executá-los.
A revisão desses processos faz parte da gestão do capital intelectual da empresa e reflete as mudanças que o contexto mercadológico impõe, mas trazendo consigo a responsabilidade por uma melhoria contínua e pela excelência em todos os setores, realizando periodicamente a manutenção do conhecimento empresarial.
Desenvolva um fluxo de comunicação eficaz
A comunicação é a principal responsável por conscientizar os funcionários a respeito da gestão do capital intelectual de toda e qualquer empresa. É por meio da transmissão de informação que processos são ensinados, feedbacks são dados e que a empresa pode homogeneizar o conhecimento.
Manter um fluxo de comunicação de duas vias, por meio do qual os funcionários possam se expressar e contribuir para a construção do capital intelectual da empresa é essencial para que o conhecimento seja adequadamente compartilhado em todos os níveis e dimensões da companhia, contribuindo para sua eficácia ao longo do tempo.
Invista em tecnologias de suporte
Os funcionários são, sem dúvida, o ativo mais importante das empresas, pois é por meio deles que a inovação efetivamente ocorre e que o conhecimento empresarial é construído.
Mas a gestão do capital intelectual não pode ser baseada apenas no feeling dos gestores, certo?
Esse controle precisa de ferramentas de suporte que possam coletar dados, analisar processos, confrontar informações e, assim, gerar ainda mais valor para a empresa.
E é por isso que a adoção de sistemas de gestão empresarial contribui significativamente para que haja uma gestão do capital intelectual mais efetiva e focada em resultados, já que essa ferramenta reúne todo o conhecimento gerado pela empresa em um único local, extremamente confiável e seguro.
A intenção é que dali se possa resgatar competências teóricas a qualquer momento.
A valorização do capital intelectual
Segundo estudo do Financial and Management Acconting Committee (Técnica Contable) apud Baum & GonçalveS (2001) os conceitos básicos relativos à medida e gestão do capital intelectual estão relacionados a três aspectos:
Contexto econômico – o crescimento é maior nas indústrias e nações voltadas à criação, transformação e capitalização dos conhecimentos do que aquelas ligadas à exploração e utilização dos recursos naturais em seus processos. O conhecimento é um diferencial de competitividade.
Contexto Contábil – a contabilidade tradicional não está habilitada a medir aspectos da empresa quanto à capacidade de dirigentes e pessoal, o valor das informações, da capacidade tecnológica, potencial de mercado e investimentos em pesquisa e desenvolvimento.
Contexto Empresarial – a visão na gestão da empresa, a partir da atual era do conhecimento em relação à era industrial passa a ter o seguinte enfoque:
Para Stewart (1998) os ativos intelectuais de uma corporação, são geralmente três ou quatro vezes mais valiosos que os tangíveis que constam nos livros e diz que os passos para administrá-lo são:
- definir a importância do investimento intelectual para o desenvolvimento de novos produtos;
- avaliar a estratégia dos componentes e o ativo do conhecimento;
- classificar o seu portfolio: o que você tem, o que você usa, onde eles estão alocados;
- analisar e avaliar o valor do portfolio: quanto eles custam, o que pode ser feito para maximizar o valor deles, se deve mantê-los, vendê-los ou abandoná-los;
- investir baseado no que se apreendeu nos passos anteriores, identificar espaços que devem ser preenchidos para explorar conhecimento, defender-se da concorrência, direcionar a ação da empresa ou avançar na tecnologia; e
- reunir o seu novo portfolio de conhecimento e repetir a operação ad infinitum.
Encontra-se em desvantagem em relação às demais, as empresas que ainda não se deram conta do seu Capital Intelectual, pois não encontraram a importância do mesmo dentro do seu patrimônio.
O primeiro passo para o gerenciamento deste capital é identificá-lo, para depois mensurá-lo.
Percebe-se então que o gerenciamento do capital intelectual é mais do que apenas o gerenciamento de conhecimentos.
Gerenciamento do capital intelectual para Edvinsson (1997) é a alavancagem do capital humano e do capital estrutural em conjunto.
Trata-se de um efeito multiplicador entre capital humano e capital estrutural. Isso posto, capital intelectual é uma função de gênero e de metas.
Sabe-se que existe a consciência da necessidade de continuar com estudos e definições, a fim de tornar o Capital Intelectual uma ferramenta gerencial cada vez mais eficiente, ou mesmo uma demonstração como parte integrante das Demonstrações Contábeis,
pois o modelo tradicional de Contabilidade, que descreveu com tanto brilho as operações das empresas durante meio milênio, não tem conseguido acompanhar a revolução que está ocorrendo no mundo dos negócios.
Apesar das dificuldades encontradas na busca da mensuração desse grande ativo que é o capital intelectual, a ciência contábil está procurando dar a sua contribuição em mais uma tarefa árdua de avaliação de todos os elementos que interagem sobre o patrimônio.
Todavia, não podemos deixar de reconhecer premente de mudanças e alguns ajustes nos sistemas e práticas contábeis para que essa nova realidade seja devidamente reconhecida e refletida nos registros contábeis.
Na verdade, as informações sobre o capital intelectual vêm a complementar e ampliar as informações contábeis atuais.
A nova tendência de gestão do conhecimento nas empresas possui características marcantes e poderosas, capazes de promover no ambiente interno das empresas, nos mercados nos quais elas participam, e na sociedade na qual interferem, cenários racionais de aproveitamento da força do trabalho, criando oportunidades efetivas de desenvolvimento individual e corporativo.
Em vista disso, é fundamental que a administração tenha alguns cuidados, para que os funcionários considerados como Capital Intelectual do departamento não mudem para outras áreas (ou empresas) e mesmo que permaneçam, não percam a motivação para o constante aperfeiçoamento.
Stewart (1998) diz que os ativos do conhecimento, assim como dinheiro ou equipamentos, existem e só vale a pena cultivá-los no contexto da estratégia. Não se pode definir e gerenciar os ativos intelectuais sem saber o que se está tentando fazer com eles.
Toda organização possui valiosos materiais intelectuais sob a forma de ativos e recursos, perspectivas e capacidades táticas e explícitas, dados, informação, conhecimento e talvez sabedoria.
Entretanto, não se pode gerenciar o capital intelectual – não é possível sequer encontrar suas formas mais soft – sem localizá-lo em pontos estrategicamente importantes e onde a gerência realmente seja importante.
Tipos de capital intelectual
A gestão do conhecimento acabou se tornando uma ferramenta fundamental dentro de uma organização,
pois é uma forma de aproveitar os conhecimentos adquiridos pelos colaboradores no dia a dia de trabalho.
Gerir o conhecimento é se preocupar em oferecer treinamentos e cursos de capacitação aos colaboradores, a fim de prepará-los para as atividades diárias.
Capacitar e motivar as pessoas faz com que a empresa cresça de forma que cada colaborador adquira mais conhecimento,
agregando mais valor ao trabalho e aproveitando os talentos dos colaboradores.
O capital intelectual consiste em:
Capital Humano
Se refere ao conhecimento explícito ou implícito. É útil para empresas que possuem colaboradores com alta capacidade de aprendizado.
Capital Estrutural
É o conhecimento que a organização consegue formalizar, explicitar e sistematizar — incluindo todo o conhecimento estruturado que depende da eficácia e eficiência interna da organização. O Capital Estrutural é propriedade da empresa e, mesmo que o funcionário se desligue da instituição, ele permanece na empresa.
Capital Relacional
Diz respeito ao conjunto de relações da empresa com o público externo.
A qualidade e a sustentabilidade da base de clientes de uma empresa e seu potencial para gerar novos clientes,
no futuro, serão questões essenciais para o sucesso, assim como o conhecimento que pode ser obtido a partir da relação com outros agentes do exterior.
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